Quinta-feira, 6 de Maio de 2004
Aí está um tema cheio de ramificações: os serviços prestados pelas transportadoras, os veículos utilizados nos transportes, as pessoas que aí viajam. Quase não tem fim e é uma inesgotável fonte de ódio.
Odeio transportes públicos. Não há bons transportes públicos, não vale a pena fingir. Porque os responsáveis dos transportes, sejam eles quem forem, gostam de fingir que os transportes públicos são bons, simpáticos, confortáveis e rápidos, mas é mentira.
Todos os dias viajo em dois transportes públicos: cacilheiros e metro de Lisboa (aliás, o único do país). E ainda não consegui encontrar algo de verdadeiramente positivo nos transportes públicos. Ocasionalmente viajo de táxi, já viajei de combóio e de autocarro durante uns tempos, portanto também sei como é.
A primeira parte odiosa dos transportes públicos é que temos que nos deslocar até eles. Alguns transportes só partem de determinados sítios, como os combóios, que andam sobre carris e raramente podemos dizer que vivemos mesmo à beira de uma estação. Os transportes que param aqui e ali na cidade também só param em sítios específicos, não é como se pudessemos chamar o 37 até à nossa porta (seja lá o 37 o que for).
Neste aspecto, o táxi ganha. É o único transporte público que podemos chamar até à porta de nossa casa.
Alguns transportes públicos estão situados de tal maneira, que temos que apanhar outro transporte para chegarmos até ele. Que desagradável que é.
O segundo aspecto odioso dos transportes públicos é que temos que esperar por eles. Portanto, não basta termos que nos deslocar até à estação/paragem, quando lá chegamos temos que esperar que o veículo em questão chegue.
Aqui normalmente há duas variantes, a espera desordenada e a espera em fila. A espera desordenada é uma cena dantesca, uma multidão acotovelando-se para se conseguir colocar o mais perto possível do ponto de entrada do veículo. Por exemplo, em Cacilhas, para apanhar o barco, as pessoas são colocadas numa gaiola de vidro, com uma grade em frente à qual se acumulam em grande densidade. É logo aqui que começamos a levar com os odores desagradáveis dos nossos co-passageiros, com os blusões dourados e as saias pele-de-leopardo das matronas de cabelo platinado e com a brilhantina-15-camadas do Zé dos Pentes.
A variante espera em fila (anteriormente conhecida por espera-em-bicha, mas por qualquer razão a palavra "bicha" passou a ser politicamente incorreta), não é necessariamente melhor, porque chegamos à paragem do autocarro e deparamos com uma fila de 150 metros e a primeira coisa que nos apetece é desistir e voltar para a cama.
Bom, na verdade, não há muitas coisas que não nos façam pensar em voltar para a cama, mas isso é outro assunto.
Esperar numa bicha tem ainda a desvantagem das velhinhas que por todos os métodos imagináveis e alguns que só elas mesmo conseguem inventar, tentam passar à frente na dita bicha. Odeio velhinhas que só estão bem a por-se à frente em bichas.
Bem, a verdade é que depois de esperar e desesperar, chega o nosso transporte e a coisa não melhora: nessa altura temos que nos enfiar no dito e aguentar a viagem. Começamos logo por sofrer o primeiro fenómeno odioso, que se relaciona com a entrada para transportes públicos: a incapacidade que os passageiros têm de se distribuir pelo transporte (isto é comum em autocarros e combóios). Por qualquer razão, toda a gente quer ficar junto à porta. E é aí que vamos levar pisões, encontrões e cotoveladas e que o gajo de blusão de cabedal coçado e botas de cowboy nos vai tentar palmar a carteira.
Esta situação de grande entalanço proporciona às nossas fossas nasais verdadeiras sinfonias olfactivas, desde o pintas que cheira ao perfume da moda como se tivesse tomado banho nela, ao manhoso que cheira a quem não toma banho há três meses, porque... bom, porque não toma banho há três meses. O pior é que não temos como nos escapar aos cheiros e muitas vezes, quando há uma travagem mais brusca, os ditos cheirosos vêm direitinhos para cima de nós.
Há muitas outras coisas que me fazem odiar transportes públicos: atrasam-se, são desconfortáveis, são caros para o serviço que prestam, têm sistemas de bilhetes irritantes e que se avaraiam com frequência e, sobretudo, fazem-me sempre lembrar o trabalho e eu... odeio trabalhar!
De Anónimo a 2 de Maio de 2005
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De Anónimo a 13 de Maio de 2004
A tua descrição da espera dos barcos tráz-me alguma nostalgia dos meus tempos de estudante e de quando, também eu, passei por essas experiências. Diesel
(http://acido.blogs.sapo.pt)
(mailto:diesel72@sapo.pt)
Eita kkkkk
Muito bom o Post
Ana
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