Sexta-feira, 28 de Maio de 2004
Agora que o evento se inicia, nunca é demais sublinhar que "Eu NÃO vou"!
Pois é, meninos, odeio o Rock in Rio!
E sei que não estou sozinho, existe o já famoso movimento "Eu não vou" e ainda hoje a menina das maçãs me mostrou um banner que dizia "Eu vou... ficar em casa, obrigado".
O Super Bock Super Rock consegue, em qualquer um dos dias, superar nas calmas qualquer dos dias do Rock in Rio, não apenas comparando qualidade musical, porque isso é muito discutível, mas quando comparamos a organização e distribuição das bandas, as bandas que vêm e quanto custam os bilhetes, não é preciso muito esforço para perceber que festival é que vale a pena.
E há uma coisa que não consigo ultrapassar: a hipocrisia de tudo isto. Vamos fazer um evento "pelas crianças"... o que é sempre bom, porque as crianças são "o futuro" e tudo o mais. Ninguém pensa duas vezes quando se trata de ajudar as crianças, mas ainda ninguém sabe muito bem que parte do preço exorbitante dos bilhetes do Rock in rio é que, efectivamente, vai para as crianças.
E os três minutos de silêncio "por um mundo melhor"? Que dizer disso? Que palhaçada! Enjoa-me quase tanto como saber que o Scolari conseguiu impor uma reza à selecção antes de cada entrada em campo. É lamechice hipócritó-cristã que não serve para mais nada senão para desculpar um festival caríssimo, onde os 600 "empregados" dos comes e bebes são voluntários, cuja compensação é poderem assistir aos concertos (de dentro de uma roulotte de bifanas deve-se ver a Britney Spears muita bem, acredito).
O Rock in Rio é um evento estrangeiro, espetado em Portugal, sem justificação suficiente. Portugal é um país de excelentes festivais de música, desde o Sudoeste a Paredes de Coura ou o mais cosmopolita Super Rock, não se entende porquê importar um festival com organização totalmente estrangeira, cmo capital estrangeiro e lucros para estrangeiros... ah... e para as criancinhas, não esqueçamos as criancinhas.
Tenho pena que tanta gente vá efectivamente ao Rock in Rio e que as vozes que se levantam para criticar o festival sejam, como habitualmente, apenas mais um insecto esmagado pelo andar do rebanho.
Odeio o Rock in Rio! Eu... não vou!