Segunda-feira, 26 de Julho de 2004
Odeio esta merda da vaga de calor. Tenho muita pena, mas revejam lá isso que assim não pode ser! Vem uma vaga, morrem velhinhos, vem uma vaga, ardem matas inteiras, vem uma vaga e um gajo não consegue sair à rua que o ar está irrespirável e roupa cola-se à pele.
É insuportável e nem à sombra se está bem! E tudo por culpa do Santana Lopes.
Foi o Santana Lopes que provocou a vaga, foi o Santana Lopes que pegou fogo a Monchique e à Arrábida! Foi ele, não vale a pena negar.
Se eu estivesse na praia, com uma cadeirinha desdobrável à beira mar, a sentir o Atlântico refrescar-me os pés e a ouvir as ondinhas a enrolar na areia... ok. Mas não, estou no centro de Lisboa, rodeado de betão e alcatrão a temperaturas insuportáveis e a ter que trabalhar quando o meu cérebro está em estado líquido.
Se eu fosse Primeiro Ministro, em vez de inventar um sistema infantil e imbecil e americanizado de códigos de alertas coloridos, decretava férias permanentes e obrigatórias para toda a gente, durante a vaga de calor. Simples e eficaz.
Quem tivesse mesmo que trabalhar para manter os serviços mínimos do país, teria direito aos dias que não teve durante a vaga e mais 5 dias a tirar noutra altura do ano.
Trabalhar não serve para nada, de qualquer maneira.