Domingo, 19 de Dezembro de 2004
Aqui há uns anos, um gajo de Boliqueime era nosso Primeiro Ministro. Muitos já não se lembram que ele foi Primeiro Ministro durante 10 anos, ou seja por dois mandatos e meio. A coisa ferveu quando camionistas bloquearam a ponte 25 de Abril em protesto pelo aumento das portagens e os portugueses assistiram em casa ao Corpo de Intervenção a malhar no pessoal que se manifestava.
A coisa já não ia bem, uma vez que o Cavaco (sim, é do Cavaco que falo), já tinha "cancelado" o feriado de terça-feira de Carnaval e aos Portugueses quem lhes tira o Carnaval, tira-lhes tudo.
Bom, mas a questão fulcral não é essa... embora eu odeie o Cavaco Silva e sempre o tenha odiado. A questão é que mais ou menos nessa época, começámos a ouvir falar em tabus. E os nossos mérdia gostaram tanto, cambada de palhaços sensacionalistas e ignorantes que são, que nunca mais largaram essa expressão.
Tabu, ou melhor escrevendo "taboo", é uma expressão polinésia que significa proibição, quer de aproximação, de uso ou de menção. Um objecto a que seja aplicado tal proibição chama-se também taboo.
Taboo é portanto a proibição de uso ou menção de coisas ou assuntos e essas próprias coisas e assuntos. Simples.
Hoje no Público lê-se "Rui Rio Alimenta Tabu Sobre Recandidatura à Câmara do Porto".
Ora, se a recandidatura de Rui Rio à Câmara do Porto é taboo, então ele não devia andar a alimentá-la! Se é taboo, é taboo, não se fala. Não se fala constantemente num jornal de um taboo! Porra, é taboo, não se deve mencionar!
Ou então nesse caso, não é taboo, é simplesmente um segredo idiota, um assunto por resolver, um suspense que não interessa nem ao menino das palhinhas, mas que é preciso espremer para vender jornais.
Eu quero lá saber do palhaço do Rui Rio. Mas se apelidarem o assunto da sua re-candidatura de "tabu", se calhar as pessoas já vão achar mais interessante.
Jornalistas... cambada de putas!